quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Quem me conhece sabe

"Sou sorriso tímido em algumas horas e gargalhada escancarada em outras. Sou dívida paga. Sou uma piadinha boba bem contada. Sou falar com Deus bem baixinho à noite, e ir à igreja quando dá vontade. Sou uma música dançada coladinho. Sou um sorriso aberto de quem estava com saudades de me ver. Sou um pedido de segredo, com aquele olhar de confiança. Sou uma mesa bem posta cheia de coisas boas pra comer. Sou a minha casa mais do que a rua. Sou minha cama e dormir agarrada com o travesseiro. Sou a mesa e a cadeira do computador. Sou banho gelado em dia quente. Sou cremes, perfumes, batom marrom, caixinhas encapadas e aspirina. Sou sapato alto, lingerie de algodão, calça jeans e blusas coloridas. Sou pouca maquiagem, coque no dia-a-dia e cabelo solto e arrumado aos fins de semana. Sou milhares de relicários, as gavetas cheias de fotos, cartas, lembranças das quais eu não consigo me desfazer. Sou lápis de cor, tinta, fios, argila, bordado, crochê. Sou um NÃO gigante a grande parte das regras e um “boom” criativo e intuitivo na maior parte das vezes. Sou um sorriso simpático, compreensão acima de tudo, um abraço inesperado. Sou dizer e ouvir palavras que emocionam. Sou um punhado de cartas, cartões e e-mails de amor, todos longos e intensos. Sou a recusa de ficar ao lado de alguém só por ficar. Sou a opção de um romantismo exagerado e sem vergonha de ser assim. Sou uma folha em branco pra desenhar e escrever o que tiver vontade. Sou declaração de amor rasgada. Sou segurar as lágrimas nos olhos. Sou calar pra não magoar. Sou gentilezas, carinhos e mimos. Sou dormir abraçada, um olhar arrebatador, uma palavra sussurrada no ouvido, um telefonema na madrugada, um beijo roubado. Sou muito beijo, muito toque, muito abraço apertado. Sou encostar a cabeça no peito pra ouvir o coração batendo, dengo até não poder mais. Sou insistir até o fim em uma paixão, até onde agüentar. Sou a saudade de uma conversa no fim da tarde com minha avó. A saudade do colo de minha mãe e das brincadeiras com minhas irmãs. Sou ficar tentando lembrar do que sonhei toda manhã. Sou a saudade dos meus amigos da adolescência. Sou a saudade de pessoas que eu amei muito e que se foram. Sou vontade de voltar a ser uma menina quando canso de ser adulta. Sou um eterno procurar o lado bom da situação, um eterno racionalizar. Sou mais madrugada que manhã, mais Jô Soares que Boris Casoy, mais calor que frio, mais praia que campo,mais silêncio que briga, mais ler que escrever. Sou mais ponderações que definições, mais momento que depois, mais calma que desespero, mais medinho que pânico, mais calor que frieza, mais remédio via oral que comprimido, mais chopp que cerveja, mais coca-cola que guaraná, mais cinema que teatro. Sou mais branco que qualquer outra cor, mais parque que shopping, mais hambúrguer que cachorro-quente, mais crianças que adultos, mais interior que exterior, mais dar presente que receber, mais caminhar que correr, mais música que pintura, mais encontro que telefonema, mais poesia que prosa, mais sim que não. Sou mais sonho que realidade. E muito, muito mais emoção que razão. Sou assistir um filme debaixo da coberta num dia frio. Ligar o rádio bem alto enquanto arrumo a casa. Andar de mãos dadas no parque no friozinho calmo de outono. Sonhar no escurinho do cinema. Surpreender e ser surpreendida.Contar histórias pra crianças. Ouvir palavras doces e elogios sinceros. Comer manga lambuzando. Receber ligação no celular durante o dia. Descobrir que eu estava certa. Ser desculpada quando piso na bola. Flores, flores e mais flores. Cheiro de neném. Imaginar, imaginar e imaginar.
Sou a soma de tudo isso, e infinitamente mais. E sou toda coração. Toda.
E além de tudo isso, sou eu mesma."

0 comentários:

Template by:
Free Blog Templates