terça-feira, 31 de maio de 2011

A vida me dá tudo que eu peço

"A vida me deu tudo que pedi,
mas se o que eu pedi foi muito
pouco, aí é problema meu."
(Jean-Paul Sartre)


Desdobrável

“Dor não tem nada a ver com amargura.
Acho que tudo que acontece  
é feito pra gente aprender cada vez mais, 
é pra ensinar a gente a viver. 
Desdobrável. 
Cada dia mais rica de humanidade”
(Adélia Prado)



E o que eu faço com todo o resto?

"Existe o certo, o errado e todo o resto." Essa é uma frase dita pelo ator Daniel Oliveira representando Cazuza, em uma conversa com o pai, numa cena que, ao meu ver, resume o espírito do filme que esteve em cartaz até pouco tempo. Aliás, resume a vida. Certo e errado são convenções que se confirmam com meia dúzia de atitudes.
Certo é ser gentil, respeitar os mais velhos, seguir uma dieta balanceada, dormir oito horas por noite, lembrar dos aniversários, trabalhar, estudar, casar e ter filhos, certo é morrer bem velho e com o dever cumprido. Errado é dar calote, repetir o ano, beber demais, fumar, se drogar, não programar um futuro decente, dar saltos sem rede. Todo mundo de acordo?
Todo mundo teoricamente de acordo, porém a vida não é feita de teorias. E o resto? E tudo aquilo que a gente mal consegue verbalizar, de tão intenso? Desejos, impulsos, fantasias, emoções. Ora, meia dúzia de normas preestabelecidas não dão conta do recado. Impossível enquadrar o que lateja, o que arde, o que grita dentro de nós.
Somos maduros e ao mesmo tempo infantis, por trás do nosso autocontrole há um desespero infernal. Possuímos uma criatividade insuspeita: inventamos músicas, amores e problemas, e somos curiosos, queremos espiar pelo buraco da fechadura do mundo para descobrir o que não nos contaram. Todo o resto.
O amor é certo, o ódio é errado, e o resto é uma montanha de sentimentos, uma solidão gigantesca, muita confusão, desassossego, saudades cortantes, necessidade de afeto e urgências sexuais que não se adaptam às regras do bom comportamento. Há bilhetes guardados no fundo das gavetas que contariam outra versão da nossa história caso viessem a público.
Todo o resto é o que nos assombra: as escolhas não feitas, os beijos não dados, as decisões não tomadas, os mandamentos que não obedecemos, ou que obedecemos bem demais - a troco do que fomos tão bonzinhos?
Há o certo, o errado e aquilo que nos dá medo, que nos atrai, que nos sufoca, que nos entorpece. O certo é ser magro, bonito, rico e educado, o errado é ser gordo, feio, pobre e analfabeto, e o resto nada tem a ver com esses reducionismos: é a nossa fome por idéias novas, é nosso rosto que se transforma com o tempo, nossas cicatrizes de estimação, nossos erros e desilusões.
Todo o resto é muito mais vasto. É nossa porra-louquice, nossa ausência de certezas, nossos silêncios inquisidores, a pureza e a inocência que se mantêm vivas dentro de nós mas ninguém percebe, só porque crescemos. A maturidade é um álibi frágil. Seguimos com uma alma de criança que finge saber direitinho tudo que deve ser feito, mas que no fundo entende muito pouco sobre as engrenagens do mundo.Todo o resto é tudo que ninguém aplaude, ninguém vaia, porque ninguém vê!
(Martha Medeiros)


Por não valer a pena

"Para algumas pessoas 
eu não mostro nem metade do que 
realmente sou, não por medo,
mas por não valer a pena mesmo."

Me equilibro nos extremos

Eu não sou tão forte quanto eu previa, nem tão fraca quanto eu temia. Não tenho o passo rápido como eu gostaria, nem paraliso como poderia. Aprendi a me equilibrar nos extremos. Se não tenho o direito de escolher todos os acontecimentos, me posiciono de acordo com os fatos. No final, o que me move não é forte o suficiente pra me derrubar, mas é intenso o bastante pra me fazer ir além
(Fernanda Gaona)

Mesmo sabendo

"Tenho uma enorme necessidade 
de te sentir por perto, 
mesmo sabendo que deveria 
te querer bem longe." 

Saudade

“Aquela era uma saudade feita de um punhado de sorrisos viçosos floridos no jardim da memória. Era pássaro que cantava macio na árvore mais frondosa da minha gratidão. Era mar que estendia ondas suaves de ternura por toda a orla dos meus olhos. Aquela era dessas saudades que toda vez que dizem acendem um mundaréu de estrelas no céu do coração. Era uma certeza de que a vida sempre arruma maneiras para aproximar as almas irmãs, esses anjos vestidos de gente que tornam mais fácil e mais feliz a nossa temporada de aulas e recreios nesse mundo.”
(Ana Jácomo)



Não mudar dói mais

"Não pense que o mundo acaba ali 
onde a vista alcança.
Quem não ouve a melodia 
acha maluco quem dança.
Se você já me explicou 
agora muda de assunto, 
hoje eu sei que mudar dói, 
mas não mudar dói muito..."
(Oswaldo Montenegro)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Você é meu

Vá ser de todas as outras garotas enquanto ainda não chegou a nossa vez. Vá ser mais seu, enquanto finge com todas as forças que você não é mais meu do que qualquer outra coisa do mundo. 

Diga aos outros

"Viver é sempre dizer aos outros 
o quanto eles são importantes.
Por que um dia eles se vão
ficamos com a nítida impressão 
que não amamos o suficiente."
(Chico Xavier)

Amadurecendo

Você não amadurece ao
comemorar um aniversário.
Você amadurece ao chorar uma
noite inteira e acordar sorrindo!  


domingo, 29 de maio de 2011

Será uma linda história de amor

"Imagine nós dois, eu e você, daqui a alguns anos, morando juntos. Não precisaríamos ser namorados, nem casados, nem nada disso. Apenas amigos. E nós seriamos felizes, eu e você. Fotos de nós dois estariam espalhadas pela casa. Fotos suas no meu quarto, fotos minhas no seu quarto. Mas nós dormiríamos juntos. Pelo simples fato de eu te querer por perto, e você me querer também. Pelo simples fato do seu quarto estar bagunçado de mais e a minha cama ser perfeita para nós dois. Eu teria medo do escuro, sem você. E eu andaria apenas com roupas íntimas, e você fingiria não se importar. E eu fingiria acreditar. Eu fugiria de você, correndo pela casa, rindo, com o controle da televisão, só pra você não mudar o canal. E você me pegaria, e ficaríamos abraçados até o silêncio nos constranger. Nossos sábados a noite seriam nostálgicos, olharíamos todos tipos de filme, atiraríamos pipocas um no outro e pediríamos uma pizza. Nostálgicos e perfeitos, porque depois dormiríamos abraçados, no sofá da sala, ao som da melodia dos créditos de um filme de romance em que eu choraria do começo ao fim, e você riria de mim e comigo. Iríamos ao supermercado uma vez por mês, comprar as mais diversas porcarias. E não nos faltaria nada. Você não se importaria com as minhas roupas espalhadas pela casa e pelo seu quarto. Eu não me importaria com a sua bagunça diária, nem com a sua toalha de banho atirada pelos cantos. Nos domingos à tarde, ficaríamos na sacada do nosso apartamentinho no 3º andar, tomando coca e cantando músicas velhas. Olharíamos as pessoas lá em baixo, casais apaixonados, e ficaríamos em silêncio, perdidos nos nossos próprios pensamentos. Suas amigas viriam te visitar, e eu choraria em silêncio, no escuro do meu quarto. Até elas irem embora e você ir dormir comigo, e perguntar se chorei. Eu negaria. Você acreditaria. Me acordaria no meio da noite, para contar um sonho que teve. E nós riríamos juntos. Me acordaria com café na cama, ou com uma rosa roubada do jardim da casa vizinha. Eu deixaria um recado sutil de amor na porta da geladeira antes de sair na segunda de manhã para visitar meus pais. Poderíamos até ter um cachorro. Poderíamos juntos, levar ele para passear. E você decidiria pintar a casa, e ela ficaria vazia, apenas com nós dois e nosso cachorro. Deitaríamos no chão, e eu perguntaria em que você estaria pensando. Você mentiria e me perguntava o mesmo. Eu mentiria. Eu iria para a universidade todo dia de manhã, enquanto você ia para seu trabalho de meio turno em uma empresa de sucesso. Você me amaria, em silêncio. Eu também te amaria, em silêncio. Em alguns anos, eu estaria me formando , e você estaria no topo da carreira. E você me levaria pra jantar e me pediria em casamento. Eu aceitaria. E seria uma linda história de amor."
(Autor desconhecido)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O diferencial

"Eu te escolhi.
Outros me olhavam, outros 
pareciam talvez até um pouco 
mais interessantes, mas eu escolhi você.
Que esquisito, eu já havia 
escolhido outros outras vezes.
Dessa vez tudo foi diferente, 
dessa vez não era tão simples assim,
dessa vez havia um diferencial tão complexo:
você me escolheu também."
(Maria Clara Machado)


terça-feira, 24 de maio de 2011

Existe sim

Se existe alguém que pode
machucar você, existe alguém
que pode curar suas feridas.


Segunda opção

"Se você acha que ama duas pessoas
ao mesmo tempo, escolha a segunda.
Porque se você realmente amasse a primeira,
não teria uma segunda opção."
(Johnny Depp)

A dor que dói mais

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas. 
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.
Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer

(Martha Medeiros)

 

Esponja Humana

"Muitas vezes sentia que não 
passava de uma esponja encharcada,
cheia de emoções humanas."
(Virginia Woolf)


Viver como se fosse o último

"Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. O último pra esquecer tolices. O último para ignorar o que, no fim das contas, não tem a menor importância. O último para rir até o coração dançar. O último para chorar toda dor que não transbordou e virou nódoa no tecido da vida. O último para deixar o coração aprontar todas as artes que quiser. O último para ser útil em toda circunstância que me for possível. O último para não deixar o tempo escoar inutilmente entre os dedos das horas.'' 
(Ana Jácomo)




Normais?

''Os extrovertidos são julgados normais.
Quanto aos introvertidos, 
chegam a submetê-los a tratamento.
Mas para curá-los de quê?
De não poderem ser chatos, 
como os outros?''
(Mário Quintana)




Aceito Novos Inquilinos

Eu gosto de pessoas inteligentes que enxergam o mundo com humor. Tem muitas pessoas em quem eu bato o olho e penso: deve ser legal ser amiga dele. É gente que não carrega o mundo nas costas, que fala olhando nos olhos, que não se leva tão a sério, que é franca na hora do sim e na hora do não. É difícil sacar as qualidades de uma pessoa sem antes conhecê-la, mas intuição existe pra isso. Tenho vários amigos que enriquecem minha vida e se encaixam no meu conceito de “pessoas especiais”, mas meu coração é espaçoso e está em condições de receber novos inquilinos.
Martha Medeiros





sábado, 21 de maio de 2011

Por isso sumi

Sumi porque só faço besteira em sua presença,
fico mudo quando deveria verbalizar, digo um
absurdo atrás do outro quando melhor seria silenciar,
faço brincadeiras de mau gosto e sofro
antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há futuro e isso não é o mais
difícil de lidar, pior é não ter presente e
o passado ser mais fluido que o ar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar,
meu sumiço é covarde mas atento, meio fajuto
meio autêntico, sumi porque sumir é um jogo de
paciência, ausentar-se é risco e sapiência,
pareço desinteressado, mas sumi para estar para
sempre do seu lado, a saudade fará mais
por nós dois que nosso amor e sua
desajeitada e irrefletida permanência.
(Martha Medeiros)

O teatro da moça banal

"Olho pela sacada da minha casa e vejo você chegando. Corro para o enorme espelho do meu quarto e repito em mantra: eu não gosto dele, eu não gosto dele, eu não gosto dele.
Tenho quase 30 anos e consegui estragar todos os meus relacionamentos simplesmente porque gostei demais das pessoas. Dessa vez quero acertar, por isso combinei comigo que, apesar de estar morrendo por você, não gosto de você. Espero você tocar a campainha olhando o escuro pelo olho mágico. Meu coração dispara, mas eu mando ele parar. Estraguei todos os meus relacionamentos de tanto que meu coração dispara. Dessa vez quero acertar, dessa vez quero que alguém fique comigo ao menos um mês sem me achar louca. Cansei de sempre ser a garota louca que espanta todo mundo.
Você tem cheiro de roupa limpinha com mente suja e eu quero te rasgar inteiro. Mas apenas te dou um beijinho no rosto. Preciso me comportar. Ser como as minhas amigas que se dão bem e arrumam namorados apaixonados. Há anos que eu rasgo os rapazes, enlouqueço, me apaixono, devoro. E termino sozinha no Espaço Unibanco, querendo morrer enquanto olho sem fome para o pacotinho com dez minipães de queijo.
Chega. Dessa vez vou acertar. Não vou chorar na sua frente porque acho um absurdo estar viva, não vou pirar porque deu quatro da manhã e eu tenho a impressão de que a noite é uma coisa de pirar a cabeça. Não vou beijar sua nuca no meio da noite e gostar de você como naquela canção do Legião, que diz que é como se não houvesse amanhã. Eu gosto das pessoas pelo prazer de gostar e não porque deu tempo de gostar delas. E ninguém entende nada. E todo mundo se assusta. Mas prometo ser uma mulher normal dessa vez.
Você não sabe porque eu não te atendi o dia todo. Eu te conto que é porque estava muito ocupada. Minhas amigas sempre usam essa desculpa e sempre namoram. Eu era a louca que nem esperava os caras ligarem e já ligava pra eles.
Mas dessa vez tô ignorando o telefone. Mesmo que ele fique no meio das minhas pernas o dia todo esperando um telefonema seu. Mas você jamais vai saber disso.
E jamais vai saber mesmo, sabe por quê? Porque você é o primeiro homem do mundo que não sabe que eu escrevo sobre a minha vida. Chega. Todos os homens morrem de medo disso e eu não agüento mais essa porra dessa solidão que me dá toda vez que procuro um pouco de amor nos beijos e abraços curtos que alguém me dá só pra poder transar depois. Chega.
Aí você fala que vai cortar o cabelo e eu quero implorar pra você não cortar. Porque esses seus cachos acabam comigo. O cheiro do seu cabelo. A maneira descabelada que você usa pra parecer arrumado. E eu amo a sua cara de argentino e que você odeia os argentinos. E eu amo como a sua calça nova cai bem em você e como você fica elegante de chinelo. E eu quero te pedir pra deixar tudo como está e não cortar meus cachos prediletos de todos os cachos. Você me salvou. Eu não agüentava mais pensar nos mesmos caras que eram sempre os mesmos caras.Você é novinho em folha e eu sou louca por você. Mas tudo isso eu não te conto pra você não achar que eu sou louca. Chega. Dessa vez vou fazer tudo certo.
Já é a sexta vez que você vem à minha casa e até agora nada. Não transei com você. Apesar de pirar na sua barriga e na sua nuca. E de querer eternizar o seu cabelo e o seu nariz feio. E de achar que o seu cheiro é o cheiro de uma nova vida que eu estava precisando tanto. E de eu te adorar principalmente porque eu já nem sabia mais como era adorar alguém novinho em folha. Não, não transei com você. Chega de transar sonhando em andar de mãos dadas. Agora vou andar de mãos dadas pra ver se vale a pena transar. Porque dessa vez vou fazer tudo direito. Chega.
E você nem sonha que eu sou meio bipolar, quero ser mãe e acredito no amor da minha vida. Acredito no amor pra sempre. Acredito em alma gêmea. Você nem sonha com essas coisas porque só conversamos coisas leves e engraçadas.
Chega de ser a louquinha intensa. Maior legal transar e se divertir com a louquinha intensa, mas quem agüenta o tranco de me assumir, de me amar?
Ninguém. Chega.
E eu corro no espelho de novo e repito cem vezes que não gosto de você. Não gosto de você. Não gosto de você. Porque se eu gostar de você, eu sei que você vai embora. E eu simplesmente não agüento mais ninguém indo embora. Porque nessa vida maluca só se dá bem quem ignora completamente a brevidade da vida e brinca de não estar nem aí para o amor. E eu preciso me dar bem e por isso ignoro minha urgência pelo amor. Porque, se você sentir urgência em mim, vai é correr urgente daqui. Chega.
E você implora pra gente finalmente transar. Já é a sexta vez que você vem aqui. E eu quero muito. Muito. Porque você tem a voz mansinha e só fala coisa inteligente. E você é cínico sem ser maldoso. Mas não, não. Estou morrendo de vontade de ser eu, mas ser eu só tem me feito perder e perder. E eu quero ganhar. Só dessa vez. Chega.
E eu quero me dar de bandeja pra você. E dentro de mim uma voz diz: pira Tati, enlouquece. Vive um dia e já está bom. Depois eu demoro semanas pra me levantar, mas pelo menos fui intensa e vivi um dia. Mas não agüento mais nada disso. Quero viver uma história. Por isso dessa vez não vou transar e nem gostar de você. Tchau. Peço pra você ir embora. E você jura que eu não estou nem aí pra você. Melhor assim. Dessa vez quero fazer tudo certo. Chega de fazer tudo errado. E eu te espio da janela, indo embora. E quero berrar o quanto gosto de você.
E te pedir em namoro. E rasgar sua roupa. E te comer. E dormir enroscada no seu cabelo. E te mandar flores amanhã. E mais uma vez agir como um homem. Mas eu cansei de ser homem. Chega de usar o homem que eu não sou pra ferrar comigo. Eu sou menina. E meninas só transam depois do sexto encontro. Ou depois que o cara fala que gosta delas. Dessa vez vai ser assim. Chega.
E se você não se apaixonar por mim mesmo com todo esse teatro de moça banal que eu estou fazendo, vai ser a prova de que eu precisava pra saber que você realmente vale a pena." 
(Tati Bernardi)



Vezenquando

"Prender o sentimento não é comigo. 
É coisa de gente muito grande, 
que costuma conjugar o verbo sentir 
muito de vezenquando."
(Priscila Rôde)

Processo de feitura

"Estamos em processo de feitura. Não estou pronto, eu não sou perfeito, estou por ser feito, estou sendo feito aos poucos. E no processo de ser feito aos poucos eu vou descobrindo onde é que dói este espinho. Este espinho muda de lugar. Quanto mais uma pessoa está aperfeiçoada no processo de ser gente, maior é a facilidade de conhecer limites."
(Pe. Fábio de Melo)


sexta-feira, 20 de maio de 2011

São os olhos

"São os olhos, exatamente os olhos, 
que eu mais ouço. 
A vida tem me ensinado, ao longo da jornada, 
que as palavras muitas vezes mentem.
Os olhos, geralmente, 
não desmentem o que diz o coração."
(Ana Jácomo)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Tanta coisa pra dizer

"Sobram tantas meias-verdades que 
guardo pra mim mesmo.
Sobram tantos medos, que nem me protejo mais, 
sobra tanto espaço dentro do abraço, 
falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo."
(O Teatro Mágico)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Tinha que ser amor?

"Podia ser só amizade, paixão, carinho,
admiração, respeito, ternura...
Com tantos sentimentos,
tinha que ser justo amor, meu Deus?"
(Caio Fernando Abreu)

Apenas confio

"Não tenho me preocupado muito
em saber para onde vou, como
durante tanto tempo eu me preocupei.
Não há grandes acontecimentos
que sinalizem isso.
Apenas sinto.
Apenas confio."
(Ana Jácomo)

terça-feira, 17 de maio de 2011

O jeito deles


"O que é que faz a gente se apaixonar por alguém? Mistério misterioso. Não é só porque ele é esportista, não é só porque ela é linda, pois há esportistas sem cérebro e lindas idem, e você, que tem um, não vai querer saber de descerebrados.
Mas também não basta ser inteligente, por mais que a inteligência esteja bem cotada no mercado. Tem que ser inteligente e... algo mais. O que é este algo mais?
Mistério decifrado: é o jeito.
A gente se apaixona pelo jeito da pessoa. Não é porque ele cita Camões, não é porque ela tem olhos azuis: é o jeito dele de dizer versos em voz alta como se ele mesmo os tivesse escrito pra nós; é o jeito dela de piscar demorado seus lindos olhos azuis, como se estivesse em câmera lenta.
O jeito de caminhar. O jeito de usar a camisa pra fora das calças. O jeito de passar a mão no cabelo. O jeito de suspirar no final das frases. O jeito de beijar. O jeito de sorrir. Vá tentar explicar isso.
Pelo meu primeiro namorado, me apaixonei porque ele tinha um jeito de estar nas festas parecendo que não estava, era como se só eu o estivesse enxergando.
O segundo namorado me fisgou porque tinha um jeito de morder palitos de fósforo que me deixava louca ok, pode rir. Ele era um cara sofisticado, e por isso mesmo eu vibrava quando baixava nele um caminhoneiro.
O terceiro namorado tinha um jeito de olhar que parecia que despia a gente: não as roupas da gente, mas a alma da gente. Logo vi que eu jamais conseguiria esconder algum segredo dele, era como se ele me conhecesse antes mesmo de eu nascer. Por precaução, resolvi casar com o sujeito e mantê-lo por perto.
E teve aqueles que não viraram namorados também por causa do jeito: do jeito vulgar de falar, do jeito de rir sempre alto demais e por coisas totalmente sem graça, do jeito rude de tratar os garçons, do jeito mauricinho de se vestir: nunca um desleixo, sempre engomado e perfumado, até na beira da praia. Nenhum defeito nisso. Pode até ser que eu tenha perdido os caras mais sensacionais do universo.
Mas o cara mais sensacional do universo e a mulher mais fantástica do planeta nunca irão conquistar você, a não ser que tenham um jeito de ser que você não consiga explicar.
Porque esses jeitos que nos encantam não se explicam mesmo."
(Martha Medeiros)


Putaquepariu

"O bom da vida é que quase tudo muda.
E mudou. De um dia pro o outro.
Como se alguém lá de cima ouvisse o eterno
'não aguento mais' e te desse de presente: 
olha, toma aí...
E o presente tinha nome. Tinha endereço.
Tinha um cabelo bagunçado que putaquepariu!
Que sorriso era aquele?
Alguém me explica como uma mulher pode
ficar muda só de ver um cara sorrir..."
(Tati Bernardi)


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Pra mim mesma

"E tô achando bom, tô repetindo que bom, Deus,
que sou capaz de estar vivo sem vampirizar ninguém,
que bom que sou forte, que bom que suporto,
que bom que sou criativo e até me divirto e
descubro a gota de mel no meio do fel.
Colei aquele 'Eu Amo Você' no espelho.
É pra mim mesmo."
(Caio Fernando Abreu)


E como mudam

"As pessoas mudam.
E muitas vezes se tornam as pessoas
que elas disseram que nunca seriam."


 


Como mamãe dizia

"Ah, mas tudo bem. Em seguida
todo mundo se acostuma.
As pessoas esquecem umas das outras
 com tanta facilidade.
Como é mesmo que minha mãe dizia?
Quem não é visto não é lembrado.
Longe dos olhos, longe do coração. Pois é."
(Caio Fernando Abreu)


Dói e passa

"A depender de mim os psicanalistas estão fritos.
Eu mesmo é que resolvo os meus conflitos.
Com aspirina, amor ou com cachaça.
Os gritos todos virarão fumaça.
A dor é coisa que dói e que passa"
(Zeca Baleiro)


domingo, 15 de maio de 2011

Cheguei onde meu coração queria

"Não sabia que era precisamente esse fracasso
que me levaria ao lugar que desejava.
As correntes do rio profundo foram mais
generosas que o meu remar contra elas.
Não cheguei aonde planejei ir.
Cheguei, sem querer, aonde meu coração
queria chegar, sem que eu o soubesse."
(Rubem Alves)


O mundo da voltas

"Me afastei de pessoas que
achei que seriam para sempre.
Me aproximei de outras que
nunca pensei em conhecer.
Realmente, o mundo dá voltas."


Só o amor

“Comprimidos aliviam a dor,
mas só o amor alivia o sofrimento.”
(O amor é contagioso - Patch Adams)


As razões das pessoas mudarem

"Há duas razões para
as pessoas mudarem.
Ou elas aprenderam demais, ou
elas se machucaram demais."


Beijo é sorte

"Ok: A gente quer encontrar alguém bonito, inteligente e espirituoso, alguém que não seja muito exibido nem vaidoso demais, que tenha um papo cativante e esteja parado na nossa. Mas e se beijar mal? Sem chance. Tem que beijar bem, tanto eles quanto elas.
Quando escuto alguém dizendo que Fulano beija bem e Sicrano beija mal, quase volto a acreditar em histórias da carochinha. Beijo é a sorte de duas bocas entrarem em comunhão. Pode um Rafael beijar uma Ana e ser uma explosão vulcânica, e o mesmo Rafael beijar uma Cristina e ser um encontro labial de dar sono. Pessoas não beijam bem ou mal: casais se beijam bem ou mal. Há sempre dois envolvidos.
A definição de um beijo bom é que pode ser questionável, mas quem está no meio do entrevero quase sempre reconhece o ósculo sublime.
Beijo bom é beijo decidido, mesmo que a decisão seja levá-lo devagar ao longe.
Beijo bom é beijo molhado, em que os beijadores doam tudo o que há para doar na cavidade bucal, sem assepsia, entrega absoluta.
Beijo bom é beijo sem pressa, que não foi condenado pelos ponteiros do relógio, que se perde em labirintos escuros já que, é bom lembrar, estamos de olhos fechados.
Beijo bom é beijo que você não consegue interromper nem que quisesse.
Beijo bom é beijo que não permite que seu pensamento tome forma e voe para outro lugar.
E, por fim, beijo bom é o beijo que está sendo dado na pessoa por quem você é completamente apaixonada.
Existe beijo ruim? Existe. Beijo sem alma, beijo educado demais, beijo cheio de cuidados, beijo curto, beijo seco. Mas uma coisa é certa: precisa dois para torná-lo frio ou torná-lo quente. Todo mundo pode beijar bem, basta nossa boca encontrar com quem."
(Martha Medeiros)


O maior erro

ela: qual foi o maior erro
que você já cometeu?
ele: demorar tanto tempo para
te chamar de minha.

sábado, 14 de maio de 2011

O amor é um precipício

"O amor é como um precipício,
agente se joga e reza pra
nunca chegar o chão."
Lisbela e o Prisioneiro.


Sim, eu quero

"Quero um romance longo,
quero intimidade.
Fazer cena de ciúme, terminar,
voltar, amar, brigar de novo,
telefonar, pedir desculpas, retornar."
(Martha Medeiros)


Nos instantes que duram um abraço

“Era um amor daqueles que me fazia tremer na base,
perder o chão. Que me tirava à voz num segurar de mãos;
que me trazia um filme da minha vida nos instantes
em que durava um abraço.”


E você nem imagina...

"Eu quero eternizar o seu sorriso lindo mas eu nunca
falei dele pra você. Nem falei do seu cheirinho bom.
Que é o cheiro de uma vida nova que eu estava
precisando tanto… E você nem sonha que eu sou
meio ciumenta, bem chata, quero ser mãe e acredito
no amor da minha vida. Acredito no amor pra sempre.
Acredito em alma gêmea. Você nem sonha com essas coisas, porque só conversamos coisas leves e engraçadas."
Tati Bernardi


As mudanças que chegarão

Percebi hoje, que tenho que me
acostumar com a sua ausência.
Não é medo, e precaução.
Não quero sentir necessidade,
de nada que eu não possa controlar.
Não é egoísmo, é precaução.
Mudarei minha frase predileta,
para que ela não tenha nada de você.
Não é plágio, é precaução.
Deixarei o casaco na bolsa, para quando sentir frio
e seu abraço não for mais uma opção.
Não é ansiedade, é precaução.
Não tomarei mais banho quente, para que
o vapor não me sirva de papel.
Não é frescura, é precaução.
Tirarei o álbum de retratos antigos da gaveta,
para que você não seja minha única lembrança.
Não é masoquismo, é precaução.
E que as mudanças que estão para chegar,
não mudem meus planos.
Mais uma vez.


Teria sido diferente?

"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou “quase” certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu “quase” tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!
Caio Fernando Abreu


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Saudade.

"Saudade é solidão acompanhada, é quando
o amor ainda não foi embora, mas o amado já.
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida.
Saudade é sentir que existe o que não existe mais.
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás, é o
gosto de morte na boca dos que continuam.
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou. E esse é
o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir
saudades, passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
(Pablo Neruda)


Te amo tanto...

“Suspiro tanto quando penso em você,
chorar só choro às vezes, e é tão freqüente.
Caminho mais devagar,
certo que na próxima esquina, quem sabe.
Não tenho tido muito tempo ultimamente
mas penso tanto em você que na hora de dormir
vez enquando até sorrio e fico passando a ponta
do meu dedo no lóbulo da sua orelha e repito repito
em voz baixa te amo tanto dorme com os anjos”
Caio Fernando Abreu


Justamente isso...

"Porque amor é justamente isso,
é ficar inseguro, é ter aquele medo de perder
a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia.
É você se ver mergulhado, enredado,
em algo que você não tem mais controle…"
(Fabrício Carpinejar)


domingo, 8 de maio de 2011

Mãe...

"...é o nome de Deus, nos
lábios e corações infantis!"
(Frase do Filme O Corvo)




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