terça-feira, 8 de novembro de 2011

Quero tudo.

Chega de metades. Partes.
Eu quero um todo. Tudo.
Não quero “meias-bocas”.
Quero bocas inteiras. Que me beijem. 
Que me engulam toda.
Que façam respiração boca-a-boca. 
Que me ressuscitem.
Não quero meias-palavras. 
Quero frases inteiras. Quero páginas e páginas. Discursos.
Tampouco quero meias-verdades.
Quero a verdade doída. Verdadeira. 
Nua e crua. Na cara. Na lata.
Quero pratos limpos.
Nada de meio ambiente. Quero espaço. 
Quero todos os lugares. O mundo.
Meias-luas?
Nunca. Quero luas-cheias. Redondas. 
Amarelas. Gigantes.
Nunca mais meia-luz.
Quero spots. Holofotes. Faróis-de-milha.
Quero tudo às claras.
Não quero mais meias-entradas. 
Quero entrar inteira. De cabeça.
Não quero mais o meio-termo. 
Quero os extremos.
Nem meios-tons. 
Quero contrastes.
Também não quero meias-voltas.
Quero 360 graus. Quero a volta por cima. Por baixo. 
Quero ficar tonta.
Meia-hora?
Nem pensar. Quero horas a fio. A toda hora. Sempre.
Não quero mais meia-estação. 
Quero calor e frio ao mesmo tempo.
Meio-dia e meia-noite?
Não. Quero dias e noites. Madrugadas. Tardinhas. 
Hoje. Amanhã. 
E depois.
E se não for assim. Obrigada.
Eu não quero nada.
(Desconheço Autoria)


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