quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Desassossegada...

Acabei de receber o depoimento de uma grande amiga. Sem duvida que eu fiquei muito feliz, mas estas palavras maravilhosas que ela me escreveu me fizeram pensar em duas coisas.

A primeira delas é nesse sentimento tão incrível chamado amizade, que quando verdadeira, ultrapassa as barreiras do tempo, a distância geográfica, perdoa falhas, e mesmo de longe faz com que o amor e o carinho continuem crescendo.
E nós duas, já passamos por todos esses estágios. Já convivemos diariamente quando ela morava aqui ( a saudade desse tempo é muito grande), já brigamos, nos desentendemos, ela foi embora. E de longe, nos perdoamos, perdoamos as nossas falhas e os nossos defeitos. E o mais importante, nos aceitamos.
Ela é uma daquelas que me conhece como poucos, e quando eu digo poucos tenham certeza que são poucos mesmo, ela consegue enxergar minha alma, meu coração. Conseguimos manter contato quase que diário, continuamos nos apoiando, nos incentivando e puxando a orelha de vez em quando, e é incrível que mesmo a muitos KMs a gente consiga se sentir tanto. Por isso Cá, repito o que te disse outro dia, distância nenhuma, vai apagar esse sentimento que nós temos.
A segunda coisa que ela me fez pensar foi no meu desassossego. Sim, acredito mesmo que sou uma desassossegada, e o que posso falar disso é que não é nada fácil.
Pois nós, os desassossegados somos muitas vezes solitários, incompreendidos, temos poucos (mas acredito, fiéis) amigos, pensamos demais. Dormindo, acordado, falando ou escutando, o pensamento não dá trégua.Martha Medeiros diz que os desassossegados pensam tanto que pensam que descansam. Concordo com ela.
Amamos sem moderação, sem equilíbrio, com atropelo, nos entregamos, nos jogamos de cabeça, e conseqüentemente sofremos na mesma medida.
Expressamos-nos de forma muito clara, assustamos as pessoas por conta disso, que passam a nos achar autoritários, ditadores.
Somos apressados, cheios de ânsias, desejos e sonhos, inquietos, ambiciosos, insuportavelmente exigentes. Não nos cansamos de correr atrás da felicidade.
Defendemos nosso ponto de vista, amamos de verdade, escolhemos os amigos com o coração, agimos com naturalidade, não nos intimidamos, só gostamos do que realmente nos encanta, só fazemos o que realmente nos agrada, não dançamos conforme a musica só para agradar.
Mas acredito que não é uma escolha, nascemos assim, trazemos isso de outras vidas, está impregnado na nossa alma.
E mesmo sendo difícil, temos certeza que ser uma exceção neste mundo tão, superficial tem seus encantos e vale muito à pena.

Bjoks, J.

 

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